Neste domingo (27), Curitiba registrou um alto índice de abstenção no segundo turno das eleições para prefeito. Segundo dados do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PR), 434.408 eleitores (30,37%) não compareceram aos locais de votação, número que superou o registrado no primeiro turno, de 394.912 eleitores (27,74%). Esse índice de ausências ultrapassa a quantidade de votos obtida pela segunda colocada na disputa, Cristina Graeml (PMB), que recebeu 390.254 votos.
Reflexo do Descontentamento Eleitoral
Para a cientista política e professora da Uninter, Karolina Roeder, o aumento das abstenções reflete uma insatisfação do eleitorado. "Nós temos um crescimento, de forma geral, nas abstenções ao longo dos anos. [...] Isso pode ser um indicativo de que uma parte dos eleitores não vê, dentro do sistema democrático, uma forma de se sentir representado, de escolher os candidatos", afirmou Roeder.
Segundo ela, a insatisfação ficou evidente no segundo turno, com a disputa entre um candidato de direita e outro de extrema-direita, o que pode ter gerado descontentamento nos eleitores de centro e centro-esquerda. "Esses eleitores podem ter anulado o voto ou simplesmente optado por não votar", comentou.
Facilidades Tecnológicas
Outro fator apontado para a abstenção foi o uso do aplicativo e-Título, que facilita a justificativa de ausência sem que o eleitor precise sair de casa. Esse recurso, que ganhou popularidade nas eleições de 2020, proporciona uma alternativa prática para quem opta por não participar diretamente do processo eleitoral.
Queda nos Votos Nulos e Brancos
Apesar do aumento na abstenção, os votos nulos e brancos registraram queda no segundo turno. Em 6 de outubro, o número de votos nulos foi de 47.728 (4,64%), enquanto neste domingo o total caiu para 41.082 (4,14%). Da mesma forma, os votos em branco reduziram-se em 34%: de 45.913 votos (4,46%) no primeiro turno para 28.949 (2,92%) no segundo.
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