O Município de Jupiá, em Santa Catarina, enfrenta uma das maiores crises políticas de sua história recente. Valdelírio Locatelli da Cruz (MDB), prefeito reeleito nas eleições municipais de 2024, está sob investigação em uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) que apura denúncias de compra de votos. O caso, que inclui graves acusações de abuso de poder econômico e político, pode comprometer o resultado das urnas e gerar novos desdobramentos no cenário local.
Conforme informações obtidas, a investigação avançou após uma audiência decisiva, em que o Juiz Eleitoral determinou a quebra do sigilo bancário de cinco investigados, incluindo o prefeito Valdelírio e seu vice, Júlio César Fabris. A medida, de caráter excepcional, foi considerada necessária para apurar possíveis irregularidades financeiras durante a campanha eleitoral.
O processo conta com elementos robustos, como vídeos, mensagens e documentos, que apontam para práticas ilegais, incluindo entrega de dinheiro, combustíveis e outros benefícios em troca de votos. Informantes ouvidos durante a audiência reforçaram as suspeitas, embora algumas testemunhas tenham tido suas oitivas dispensadas.
A Justiça Eleitoral enviou ofícios ao Banco Central para identificar as instituições financeiras envolvidas e mapear as transações realizadas pelos investigados durante o período eleitoral. A expectativa é que as informações bancárias tragam respostas sobre o possível uso de recursos financeiros ilícitos na campanha.
Caso as denúncias sejam confirmadas, os impactos para a gestão municipal podem ser drásticos. Entre as punições possíveis estão a cassação dos mandatos de Valdelírio Locatelli e Júlio César Fabris, a declaração de inelegibilidade dos envolvidos e até a convocação de novas eleições no município.
Apesar da gravidade das acusações, o pedido de suspensão da diplomação dos eleitos foi indeferido pelo juiz. A decisão considerou o princípio da soberania das urnas e a necessidade de uma análise criteriosa das provas apresentadas.
O caso gerou tensão entre a população e na classe política local. Enquanto as investigações seguem em curso, o governo enfrenta a pressão de governar sob a sombra de uma possível instabilidade institucional.
A legitimidade do processo eleitoral e a transparência da administração pública estão no centro do debate. A decisão do Judiciário em aprofundar as apurações, com medidas como a quebra de sigilo bancário, demonstra o compromisso em preservar a igualdade e a lisura do pleito.
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