Neste domingo (27), os eleitores de Curitiba vão às urnas para decidir entre Eduardo Pimentel (PSD), atual vice-prefeito, e a jornalista Cristina Graeml (PMB) na corrida pela prefeitura da capital paranaense. A campanha se destacou por uma acirrada troca de ataques entre os candidatos ao longo de três semanas, refletindo um ambiente político tenso e polarizado.
Ambos os candidatos se posicionam no espectro da direita, um fenômeno que se repetiu em outras capitais do Brasil. Apesar das semelhanças ideológicas, Pimentel e Cristina tentaram se distanciar um do outro durante a campanha. De acordo com uma pesquisa Quaest divulgada na véspera da votação, Pimentel lidera com 55% das intenções de voto válidas, enquanto Cristina aparece com 45%.
Pimentel, um ex-tucano que se uniu ao PSD em 2020, é aliado do governador Ratinho Junior (PSD). Sua candidatura é apoiada por um grupo que inclui o PL, partido que integrou o governo de Jair Bolsonaro. Essa ligação com o “kassabismo”, nome dado ao estilo político de Gilberto Kassab, presidente nacional do PSD, foi explorada pela campanha de Cristina, que se apresentou como a "verdadeira direita" e criticou a natureza fisiológica da política do adversário.
Cristina, por sua vez, adota uma postura de "direita raiz", buscando conquistar o eleitorado que deseja se distanciar do establishment político. Sua campanha recebeu um impulso inesperado com um vídeo do ex-presidente Bolsonaro, que, embora não tenha apoiado oficialmente sua candidatura, declarou “torcer” por ela. Isso deixou Pimentel em uma posição defensiva, minimizando a importância do apoio.
Durante a campanha, Pimentel se concentrou em desviar o foco de Cristina, argumentando que "ideologia não põe comida na mesa" e tentando se apresentar como um candidato mais moderado e conciliador. Ele procurou atrair eleitores de esquerda, ressaltando que Cristina é extremista e promove divisões. Em sua propaganda, enfatizou sua intenção de governar com união e amor, em contraste com a proposta de Cristina, que é vista como polarizadora.
Por outro lado, Cristina tem procurado se distanciar da imagem de um candidato ligado a grandes partidos e estruturas de poder. Com o slogan "Curitiba sem dono", ela se posiciona como uma alternativa ao “sistema” e critica a perpetuação dos mesmos grupos políticos no poder. Sua campanha também conta com o apoio de figuras do bolsonarismo, como o deputado federal Sergio Moro (União Brasil), que expressou solidariedade à candidata.
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