Na noite da última quarta-feira (13), um atentado chocou Brasília. Francisco Wanderley Luiz, chaveiro de 46 anos, provocou uma explosão em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), após lançar bombas no local e causar danos em um veículo estacionado nas proximidades. O homem morreu no ato, deixando em seu rastro um misto de perplexidade e temor sobre a escalada de ataques violentos no país.

Planejamento do Atentado

Francisco, que alugava uma casa na Ceilândia, região administrativa do Distrito Federal, preparou o atentado de forma meticulosa. De acordo com o proprietário de uma loja de fogos de artifício na região, ele gastou R$ 1.545,00 em produtos explosivos. Entre os itens adquiridos estavam tortas de 64 tubos, compradas no último dia 5, em uma das três visitas que fez ao estabelecimento.

O lojista, que reconheceu Francisco pelas imagens divulgadas após o atentado, procurou voluntariamente a Polícia Civil. Ele relatou que o autor do ataque descartou as notas fiscais das compras, em um aparente esforço para dificultar o rastreamento das transações.

Histórico Político e Mensagens Extremistas

Francisco, conhecido em sua cidade natal, Rio do Sul (SC), como Tiü França, foi candidato a vereador pelo Partido Liberal (PL) em 2020, mas não conseguiu se eleger. Nos últimos dias de vida, ele publicou uma série de mensagens nas redes sociais, combinando discursos de teor político e religioso. Essas postagens indicam um possível vínculo com movimentos extremistas, mas as investigações ainda não confirmaram essa ligação.

A Polícia Federal agora examina se Francisco participou dos atos golpistas de 8 de janeiro ou se frequentou os acampamentos montados em frente ao Quartel-General do Exército. Segundo um irmão do autor do ataque, ele esteve presente em um desses acampamentos, embora não haja provas concretas de sua participação ativa nos ataques à Praça dos Três Poderes.

Investigações e Repercussões

O atentado levanta questionamentos sobre a segurança nos arredores do STF e a capacidade de grupos extremistas de organizar ações violentas no coração do poder brasileiro. A Polícia Federal intensificou as investigações para apurar se Francisco agiu sozinho ou se fazia parte de uma rede mais ampla de apoiadores radicais.

O atentado também reacende o debate sobre o uso de redes sociais para disseminar ideologias extremistas e mobilizar indivíduos vulneráveis. Especialistas apontam que as plataformas digitais têm sido um terreno fértil para o crescimento de movimentos antidemocráticos, exigindo maior vigilância e medidas eficazes de contenção.

Um Alerta para a Democracia

A explosão na frente do STF representa um novo capítulo na crise de segurança e na ameaça às instituições democráticas no Brasil. O episódio ressalta a urgência de reforçar as medidas de proteção em prédios públicos e investigar as conexões de indivíduos que demonstram comportamentos extremistas.

Enquanto o país ainda tenta processar os eventos de 8 de janeiro, o ataque de Francisco Wanderley Luiz serve como um lembrete sombrio de que a ameaça extremista continua latente, exigindo respostas firmes e coordenadas das autoridades.