Na comunidade do Pavãozinho, situada em Agudos do Sul, Paraná, uma figura marcante ecoa nas memórias dos moradores até os dias de hoje: Afonso Pereira da Cruz. Nascido em 1º de novembro de 1908 e falecido em 10 de outubro de 1971, Afonso personificou os valores de trabalho árduo, generosidade e amor pela família.
Filho de Maria Pereira da Glória e Francisco Pereira da Cruz, e irmão de Narciso Pereira da Cruz, Afonso viveu uma vida dedicada à agricultura e à criação de gado. Seu legado transcendeu os limites da sua propriedade, estendendo-se pela comunidade e além.
Casado com Orídia Alves de Oliveira, Afonso foi pai de uma numerosa prole, composta por quatro filhos e uma filha: Otávio, Leonides, Dejanira, Adário e Ari. Sua vida familiar foi marcada pela harmonia e ausência de conflitos, como atesta seu filho Adário.
A história de Afonso se entrelaça com a terra que ele tanto amava. Desde a produção caseira de erva-mate até o trabalho incansável nos campos de milho, feijão e batata, Afonso era um agricultor polivalente. Na propriedade familiar na comunidade da Fazendinha, em Tijucas do Sul, ele se dedicava à criação de gado de corte e leite, além de porcos e galinhas caipiras.
Seus esforços não se limitavam apenas à agricultura. Afonso também atuava no comércio de lenha, além de realizar viagens de carroça para trocar seus produtos por itens essenciais, como cachaça, melado e banana, demonstrando sua habilidade empreendedora.
No entanto, a vida de Afonso não foi isenta de desafios. Os tempos difíceis o levaram a recorrer a financiamentos para custear suas atividades agrícolas, criando um ciclo de dívidas e colheitas para pagar tais empréstimos.
Um evento marcante na vida de Afonso foi sua corajosa tentativa de apagar um incêndio na Serra do Pavãozinho, que resultou em problemas de saúde que o acompanharam até seu último dia. Mesmo enfrentando dificuldades de saúde, ele nunca perdeu sua gentileza e generosidade.
O dia de seu falecimento foi permeado por uma atmosfera peculiar e simbólica. Durante seu velório, uma multidão de sabiás se reuniu ao redor de sua casa, como se todos os pássaros do Pavãozinho quisessem prestar suas homenagens a este homem extraordinário.
Porém, uma peculiaridade adiciona uma camada de mistério à história de Afonso. Embora fosse conhecido como Afonso Aleixo, este sobrenome nunca foi encontrado em registros oficiais da família. Essa discrepância entre a percepção popular e os registros formais ressalta como a oralidade molda as identidades locais de maneira única e singular.
Assim, é com justiça que a família solicita a homenagem a Afonso Pereira da Cruz através da nomeação de uma rua em sua memória, com o nome de Rua Afonso Aleixo. Uma rua que não só perpetua seu legado, mas também celebra a singularidade de sua história e a marca indelével que deixou na comunidade do Pavãozinho.
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