A juíza Andrea Calado da Cruz, do Tribunal de Justiça de Pernambuco, decretou a prisão preventiva do cantor Gusttavo Lima, nome artístico de Nivaldo Batista Lima, sob a suspeita de que ele tenha auxiliado dois foragidos a deixarem o país. O cantor é acusado de envolvimento com José André da Rocha Neto, proprietário da casa de apostas VaideBet, e sua esposa, Aislla Rocha, ambos alvos da Operação Integration, que investiga uma suposta organização criminosa ligada a jogos de azar e lavagem de dinheiro.
De acordo com a magistrada, os jogos de azar, como o jogo do bicho, exercem um "efeito devastador sobre famílias", atingindo especialmente a classe trabalhadora ao fomentar ciclos de endividamento e desespero. Em sua decisão, a juíza destacou a importância de não se permitir que o status social ou o poder econômico dos investigados interfiram no julgamento, reforçando que a justiça deve tratar todos com isonomia e rigor.
A investigação aponta que Gusttavo Lima teria viajado à Grécia no início de setembro para comemorar seu aniversário de 35 anos e que a aeronave utilizada pode ter sido a mesma que transportou o casal de foragidos, sugerindo que eles desembarcaram no exterior, mais especificamente na Grécia ou nas Ilhas Canárias. A magistrada afirmou que a relação financeira entre o cantor e os foragidos é intensa e que essa suposta conivência compromete a integridade do sistema judicial, além de perpetuar a impunidade.
Além da prisão preventiva, a juíza determinou o bloqueio cautelar de todos os imóveis e valores em contas bancárias pertencentes a Gusttavo Lima, tanto em seu nome pessoal quanto de suas empresas, e incluiu os mandados de prisão de Rocha Neto e Aislla Rocha na difusão vermelha da Interpol, o que amplia a busca dos foragidos para o cenário internacional.
A defesa de Gusttavo Lima contestou a decisão, afirmando que o cantor é inocente e que não possui qualquer envolvimento com os crimes investigados. Segundo nota divulgada pelos advogados, ele jamais colaboraria com atos contrários à lei e tomará as medidas judiciais cabíveis para reverter a prisão.
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