O desaparecimento da pequena Eloah Pietra Almeida dos Santos, de apenas 1 ano e 7 meses, mobilizou uma força-tarefa policial e causou grande comoção em Curitiba e região metropolitana. Após 30 horas de angústia, a criança foi localizada na noite da última sexta-feira (24) em um cativeiro em Campo Largo. A mãe da menina, Érica Alves dos Santos, emocionou ao afirmar que perdoa a suspeita pelo crime.
“Eu consigo perdoar, porque, sem o perdão e o coração leve, a gente não vai subir para o céu”, disse Érica durante entrevista ao programa Balanço Geral, da RICtv. A suspeita, uma mulher de 40 anos que não teve sua identidade revelada, foi presa em flagrante por subtração de incapaz.
Durante audiência de custódia realizada neste domingo (26), o juiz Pedro Roderjan Rezende decidiu converter a prisão em flagrante em preventiva, considerando a gravidade do crime, a repercussão do caso e a comoção popular. A decisão garante que a mulher permaneça isolada na prisão enquanto as investigações prosseguem.
O caso começou na última quinta-feira (23), no bairro Parolin, em Curitiba. Segundo Érica, a suspeita se apresentou em sua residência como agente de saúde, usando máscara cirúrgica e óculos escuros, e alegou que precisava levar mãe e filha para uma unidade de saúde para exames.
No momento em que estavam prestes a entrar no veículo, a mulher teria dopado Érica com um líquido e, aproveitando-se da confusão, raptou a criança. Desde então, a polícia iniciou uma intensa busca pela menina, acionando o sistema Alerta Amber e mobilizando redes sociais.
Eloah foi encontrada em Campo Largo com o cabelo tingido de loiro e alisado – uma tentativa, segundo a polícia, de dificultar o reconhecimento.
De acordo com o delegado Thiago Teixeira, chefe do Grupo Tigre, a suspeita não possuía antecedentes criminais e declarou que queria criar Eloah como filha. “Ela relatou que o objetivo dela era criar essa menina como se fosse filha. Em nenhum momento se mostrou arrependida”, afirmou o delegado. Na residência onde Eloah foi encontrada, havia itens como fraldas e leite, o que reforça o relato da mulher.
A investigação aponta que a suspeita agiu sozinha. Ela teria visto Eloah no bairro Parolin no dia anterior ao sequestro e planejado o crime após não encontrar outra criança em Campo Largo. Apesar disso, Érica não descarta a possibilidade de que outras pessoas possam estar envolvidas no caso.
O reencontro com a filha trouxe alívio à família, mas também levantou questionamentos. “Foi muito ruim não ter notícias, muito desespero, mas agora que ela apareceu estamos felizes e aliviados. Porém, ainda fica a dúvida se outras pessoas participaram do crime junto com a mulher. Não queremos nem sair mais... Vamos esperar a polícia finalizar tudo”, desabafou Érica.
O caso continua em investigação pelas autoridades, enquanto a população acompanha de perto o desdobramento dessa história que, apesar do final feliz, revelou a vulnerabilidade das famílias diante de crimes como este.
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