Mais de um quarto dos paranaenses recorreram às apostas online em 2025. A constatação é da pesquisa Retrato Econômico do Paraná, divulgada nesta semana pelo Instituto de Estudos de Protesto de Títulos do Paraná (IEPTB/PR), que representa os 177 Cartórios de Protesto do Estado.
Segundo o levantamento, 28,31% dos entrevistados admitiram ter feito apostas online neste ano. Entre eles, quase um terço (32,52%) utilizou dinheiro que tinha outra destinação, revelando um comportamento financeiro de risco.
O avanço das apostas acontece em um cenário de aperto econômico. Nos primeiros seis meses do ano, seis em cada dez paranaenses precisaram cortar gastos. No mesmo período, 40% contraíram algum tipo de dívida, especialmente no cartão de crédito (34%), empréstimos pessoais (16,32%) e crediário de lojas (13,7%).
“Esses dados mostram uma mudança preocupante no padrão de consumo, pois mesmo diante de tantos medos financeiros, parte da população acaba direcionando recursos para apostas online, o que pode comprometer a renda e agravar dívidas pessoais”, alerta João Norberto França Gomes, presidente do IEPTB/PR.
Cortes e prioridades
Para equilibrar o orçamento, os paranaenses reduziram principalmente despesas com alimentação fora de casa (25,34%) e cuidados pessoais, como salão de beleza (18,88%). Também caíram os gastos com transporte (16,14%), viagens (13,11%) e roupas (9,68%). Serviços de assinatura (8,7%) e lazer (8,12%) foram outros itens cortados.
Mesmo com esses ajustes, os alimentos seguem como os itens que mais pesam no bolso dos paranaenses (41,3%), seguidos por combustíveis (21,45%) e aluguel (19,12%).
Medo e falta de reserva
A pesquisa ainda revelou que o maior medo financeiro da população é perder o emprego ou a renda (26,96%), seguido por acumular dívidas impagáveis (25,61%). Além disso, 62,62% dos paranaenses não possuem qualquer reserva financeira, e 35,17% nunca poupam dinheiro.
Para Gomes, cortar gastos é necessário, mas não basta: “É fundamental reavaliar o planejamento financeiro como um todo, evitando que cortes excessivos afetem a qualidade de vida e o equilíbrio emocional”, orienta.
Comentários: